#10ART – Dia 2 – Lucia Santaella

Antes de iniciar, Lucia parabenizou Suzete Venturelli pela organização do evento que já atinge sua décima edição, sua perseverança deve servir de exemplo para que se construam projetos contínuos de discussão e exposição (necessidade também indicada pelo Oliver Grau na palestra de ontem). Estou tentando fazer a minha parte com a minha visão do evento aqui no blog.

A relevância da arte-ciência na contemporaneidade

Santaella inicia sua fala discursando sobre a aceleração na produção de linguagens que forma o fluxo contínuo de informação, a pulverização do tempo como duração. Estes processos resultam da era da reprodutibilidade técnica(Benjamin) após a Revolução industrial que expande as áreas de conhecimento induzindo a um constante repensar da noção de arte, que se repete a cada nova remediação.
Este fluxo contínuo é amplificado após o urinol de Duchamp. Para Santaella, a obra de Duchamp equivale a uma carta de auforria dos artistas que inicia um processo de liberdade de produção artística. Ser artista se torna um ato de fé e cabe a cada um encontrar o seu nicho e ser fiel a sua obstinação pessoal, o desejo de ser artista.
A aproximação entre arte e ciência cresce desde o Renascimento com Da Vinci se revelando em diversas variedades de relação entre artistas e cientistas. Porém, para Santaella esta relação é desequilibrada, pois a forma que os artistas tratam a ciência é completamente diferente da forma como os cientistas tratam a arte. A ciência é fonte inestimável para arte. A relação entre arte e ciência se dá através da mediação tecnológica. Os artistas mais inquietos sempre tarabalham com tecnologia inovadora. Se no século XIX era a tinta óleo hoje são os meios digitais. esta pesquisa tem implicações práticas e filosóficas pois não se faz uso de pesquisas científicas mas experimenta e participa simultaneamente com a pesquisa, se revelando em campos como a biologia, ciências físicas, matemática e algoritmos, cinética, telecomunicações, e sistemas digitais.
O desequilíbrio na relação arte-ciência diagnosticado pela autora é resultado da distinção das duas áreas como forma de conhecimento. A ciência cabe a função de decifrar a natureza, um aprimoramento de métodos de observação, modo de pesquisa controlado e padronizado que evita ambiguidades. Já a arte não tem compromisso com o real, alimenta-se do impreciso,simprovável e imprevisto. Apesar das diferenças pode-se traçar paralelismos e afinidades e a grande semelhança entre ciência e arte seria a caracterização da manifestação do espírito inventivo humano, sua maior distinção.
 
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